domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 20 de outubro de 2007

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

R.I.P. Joey Bishop



Joey Bishop, o último membro vivo do grupo de atores e cantores americanos "Rat pack", liderado por Frank Sinatra, faleceu aos 89 anos, informa nesta quinta-feira (18) a revista americana "People".
O "Rat Pack" foi grupo formado durante a década de 50 cuja formação mais conhecida era composta por Bishop, Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr. e pelo inglês Peter Lawford. O quinteto estrelou a primeira versão do filme "Onze homens e um segredo".
Bishop, cujo nome real era Joseph Abraham Gottlieb, morreu na última quarta-feira em sua casa na Califórnia, devido a várias complicações de saúde.
O cantor nasceu no dia 3 de fevereiro de 1918 no Bronx, em Nova York. Ganhou fama nacional por meio de aparições no programa "The tonight show", apresentado por Jack Paar, entre 1958 e 1962, onde pronunciava o bordão "son of a gun".





Mais adiante, Bishop ficou conhecido por substituir o lendário Johnny Carson no programa em 177 ocasiões. Bishop teve seu próprio programa na televisão americana entre 1961 e 1965, o "The Joey Bishop show". Na atração ele encarnava um apresentador que se chamava Joey Barnes junto à atriz Abby Dalton, que fazia sua esposa.

Entre 1967 e 1969, Bishop apresentou um programa noturno na emissora ABC, concorrendo diretamente com "The tonight show", apresentado por Regis Philbin, um dos rostos mais conhecidos da televisão americana naquele momento. A carreira cinematográfica de Bishop se destacou por participações em "Quem está guardando esta erva?" e "O vale das bonecas", ambos de 1967. Também atuou em 1958 em "The Deep Six", "A Morte Tem Seu Preço" e "Mau Tempo Pela Proa".
Seus últimos trabalhos para o cinema foram :"Comando Delta" com Chuck Norris e Lee Marvin (1986) e em "Prazer em Matar-te" (1996), filme dirigido por seu filho Larry.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

FRAMBOESA DE OURO

Criado como contraponto ao Oscar surgiu o Framboesa de Ouro que, de forma irreverente e escrachada, vem "premiando" os piores filmes levados às telas de cinema no ano anterior. Criado em 1980 por um crítico de cinema que não aguentava mais assistir tanta bomba lançada pelos grandes estúdios, hoje o Framboesa de Ouro é um prêmio temido pelos produtores e atores e aguardado pelo público em geral, que se diverte com suas indicações e brincadeiras com o que há de pior no mundo do cinema.
2007
PIOR FILME: Instinto Selvagem 2
PIOR ATOR: Marlon Wayans & Shawn Wayans (O Pequenino)
PIOR ATRIZ: Sharon Stone (Instinto Selvagem 2)
PIOR ATOR COADJUVANTE: M.Night Shyamalan (A Dama na Água)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Carmen Electra (Uma Comédia nada Romântica e Todo Mundo em Pânico 4)
PIOR DUPLA: Marlon Wayans & Shawn Wayans OU Shawn Wayans & Kerry Washington (O Pequenino)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: O Pequenino (cópia do desenho do Pernalonga)
Pior Prelúdio ou Sequência: Instinto Selvagem 2
PIOR DIRETOR: M.Night Shyamalan (A Dama na Água)
PIOR ROTEIRO: Instinto Selvagem 2
Pior Desculpa para Entretenimento Família: Férias no Trailer
2006
PIOR FILME: Dirty Love
PIOR ATOR: Rob Schneider (Gigolô Europeu por Acidente)
PIOR ATRIZ: Jenny McCarthy (Dirty Love)
PIOR DUPLA: Will Ferrell e Nicole Kidman (A Feiticeira)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Hayden Christensen (Star Wars: Episódio III)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Paris Hilton (A Casa de Cera)
PIOR DIRETOR: John Asher (Dirty Love)
PIOR ROTEIRO: Dirty Love (Jenny McCarthy)
PIOR REFILMAGEM OU CONTINUAÇÃO: O Filho do Máskara
Alvos de Tablóides Mais Irritantes: Tom Cruise, Katie Holmes, o sofá de Oprah Winfrey, a Torre Eiffel e o `Bebê de Tom`
2005
PIOR FILME: Mulher-Gato (Catwoman)
PIOR DIRETOR: Pitof (Mulher-Gato)
PIOR ATOR: George W. Bush (Fahrenheit 11 de Setembro)
PIOR ATRIZ: Halle Berry (Mulher-Gato)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Donald Rumsfeld (Fahrenheit 11 de Setembro)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Britney Spears (Fahrenheit 11 de Setembro)
PIOR ROTEIRO: Mulher-Gato (Catwoman)
PIOR DUPLA: George W. Bush com Condoleeza Rice ou sua cabra (Fahrenheit 11 de Setembro)PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Scooby-Doo 2 - Monstros à Solta (Scooby-Doo 2: Monsters Unleashed)
PIOR PERDEDOR DOS 25 ANOS DO FRAMBOESA DE OURO: Arnold Schwarzenegger
PIOR "DRAMA" DOS 25 ANOS DO FRAMBOESA DE OURO : A Reconquista (2000)
PIOR "COMÉDIA" DOS 25 ANOS DO FRAMBOESA DE OURO: Contato de Risco (2003)
PIOR "MUSICAL" DOS 25 ANOS DO FRAMBOESA DE OURO: From Justin to Kelly (2003)
2004
PIOR FILME: Contrato de Risco (Gigli)
PIOR DIRETOR: Martin Brest (Contrato de Risco)
PIOR ATOR: Ben Affleck (Demolidor, o Homem Sem Medo / O Pagamento / Contato de Risco)PIOR ATRIZ: Jennifer Lopez (Contato de Risco)
PIOR ATOR COADJUVANTE Sylvester Stallone (Pequenos Espiões 3D)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Demi Moore (As Panteras - Detonando)
PIOR ROTEIRO: Contato de Risco (Gigli)
PIOR DUPLA: Ben Affleck e Jennifer Lopez (Contato de Risco)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: As Panteras - Detonando (Charlie's Angels: Full Throttle)PIOR DESCULPA PARA FAZER UM FILME O Gato (The Cat in the Hat)
2003
PIOR FILME: Destino Insólito (Swept Away)
PIOR DIRETOR: Guy Ritchie (Destino Insólito)PIOR ATOR: Roberto Benigni (Pinóquio)
PIOR ATRIZ: Britney Spears (Crossroads - Amigas para Sempre) e Madonna (Destino Insólito)PIOR ATOR COADJUVANTE: Hayden Christensen (Star Wars: Episódio 2 - Ataque dos Clones)PIOR ATRIZ COADJUVANTE Madonna (007 - Um Novo Dia Para Morrer)
PIOR ROTEIRO: Star Wars: Episódio 2 - Ataque dos Clones
PIOR DUPLA: Adriano Giannini e Madonna (Destino Insólito)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Destino Insólito
PIOR CANÇÃO ORIGINAL "I'm Not a Girl, Not Yet a Woman" (Crossroads - Amigas para Sempre)
FILME MAIS FLATULENTO DIRECIONADO A ADOLESCENTES Jackass - O Filme
2002
PIOR FILME: Fora de Casa! (Freddy Got Fingered)
PIOR DIRETOR: Tom Green (Fora de Casa!)
PIOR ATOR: Tom Green (Fora de Casa!)
PIOR ATRIZ: Mariah Carey (Glitter - O Brilho de uma Estrela)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Charlton Heston (Como Cães e Gatos / Planeta dos Macacos / Ricos, Bonitos e Infiéis)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Estella Warren (Planeta dos Macacos / Alta Velocidade)
PIOR ROTEIRO: Fora de Casa! (Freddy Got Fingered)
PIOR DUPLA: Tom Green & qualquer animal abusado por ele (Fora de Casa!)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Planeta dos Macacos (Planet of the Apes)
2001
PIOR FILME: A Reconquista (Battlefield: Earth)
PIOR DIRETOR: Roger Christian (A Reconquista)
PIOR ATOR: John Travolta (A Reconquista / Bilhete premiado)
PIOR ATRIZ: Madonna (Sobrou pra você)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Barry Pepper (A Reconquista)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Kelly Preston (A Reconquista)
PIOR ROTEIRO: A Reconquista (Battlefield: Earth)
PIOR DUPLA: John Travolta e qualquer um que divida a tela com ele (A Reconquista)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: A Bruxa de Blair 2 - O Livro das Sombras (Book of Shadows: Blair Witch 2)
2000
PIOR FILME :As Loucas Aventuras de James West (Wild Wild West)
PIOR DIRETOR: Barry Sonnenfield (As Loucas Aventuras de James West )
PIOR ATOR: Adam Sandler (O Paizão)
PIOR ATRIZ: Heather Donahue (A Bruxa de Blair)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Jar-Jar Binks (Star Wars: Episódio 1 - A Ameaça-Fantasma)PIOR ATRIZ COADJUVANTE Denise Richards (007 - O Mundo Não é o Bastante)
PIOR ROTEIRO: Jim Thomas, John Thomas, S.S. Wilson, Brent Maddock, Jeffrey Price e Peter S. Seaman (As Loucas Aventuras de James West )
PIOR DUPLA: Kevin Kline e Will Smith (As Loucas Aventuras de James West )
PIOR FILME DA DÉCADA: Showgirls (Showgirls)
PIOR ATOR DA DÉCADA: Sylvester Stallone
PIOR ATRIZ DA DÉCADA: Madonna
PIOR REVELAÇÃO DA DÉCADA: Pauly Shore

1999
PIOR FILME: Hollywood - Muito além das câmeras (An Alan Smithee Film: Burn, Hollywood, Burn!)
PIOR DIRETOR: Gus Van Sant (Psicose)
PIOR ATOR: Bruce Willis (Armageddon / Código para o inferno / Nova York sitiada)
PIOR ATRIZ: Spice Girls (todas as cinco) (Spice World - O mundo das Spice Girls)Uma Thurman (Os vingadores)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Joe Ezterhas (Hollywood - Muito além das câmeras)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Maria Pitillo (Godzilla)PIOR ROTEIRO: Joe Eszterhas (Hollywood - Muito além das câmeras)
PIOR DUPLA: Leonardo DiCaprio e Leonardo DiCaprio (O homem da máscara de ferro)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Godzilla (Godzilla), Psicose (Psycho) e Os vingadores (The avengers)
PIOR CANÇÃO: "I wanna be Mike Ovitz!" (Hollywood - Muito além das câmeras)
PIOR REVELAÇÃO: Joe Eszterhas (Hollywood - Muito além das câmeras)
1998
PIOR FILME: O Mensageiro (The postman)
PIOR DIRETOR: Kevin Costner (O Mensageiro)
PIOR ATOR: Kevin Costner (O Mensageiro)
PIOR ATRIZ: Demi Moore (Até o Limite da Honra)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Dennis Rodman (A Colônia)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Alicia Silverstone (Batman & Robin)
PIOR ROTEIRO: Eric Roth e Brian Helgeland (O Mensageiro)
PIOR DUPLA: Dennis Rodman e Jean-Claude Van Damme (A Colônia)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Velocidade máxima 2 (Speed 2: Cruise Control)
PIOR CANÇÃO: Toda a trilha sonora (O Mensageiro)
PIOR REVELAÇÃO: Dennis Rodman (A Colônia)
PIOR DESRESPEITO À VIDA HUMANA E À PROPRIEDADE PRIVADA : Con Air - A rota da fuga (Con Air)
1997
PIOR FILME: Striptease (Striptease)
PIOR DIRETOR: Andrew Bergman (Striptease)
PIOR ATOR: Pauly Shore (Malucos por Natureza) e Tom Arnold (Os Babacas / Inimigos para Sempre / Sequestro por Engano)
PIOR ATRIZ: Demi Moore (Striptease / A Jurada)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Marlon Brando (A Ilha do Dr. Moreau)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Melanie Griffith (O Preço da Traição)
PIOR ROTEIRO: Andrew Bergman (Striptease)
PIOR DUPLA: Demi Moore e Burt Reynolds (Striptease)
PIOR ROTEIRO DE FILME QUE ARRECADOU MAIS DE US$100 MILHÕES: Michael Chrichton e Anne-Marie Martin (Twister)
PIOR CANÇÃO: "Pussy, pussy, pussy (Whose kitty cat are you?)" (Striptease)
PIOR REVELAÇÃO: Pamela Anderson Lee (Barb Wire - A Justiceira)
1996
PIOR FILME: Showgirls (Showgirls)
PIOR DIRETOR: Paul Verhoeven (Showgirls)
PIOR ATOR: Pauly Shore (Um jurado muito louco)
PIOR ATRIZ: Elizabeth Berkeley (Showgirls)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Dennis Hopper (Waterworld - O segredo das águas)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Madonna (Grande Hotel)
PIOR ROTEIRO: Joe Eszterhas (Showgirls)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: A letra escarlate (The scarlet letter)
PIOR CANÇÃO: "Walk into the wind" (Showgirls)
PIOR REVELAÇÃO: Elizabeth Berkeley (Showgirls)
1995
PIOR FILME: A cor da noite (The color of night)
PIOR DIRETOR: Steven Seagal (Em terreno selvagem)
PIOR ATOR: Kevin Costner (Wyatt Earp)
PIOR ATRIZ: Sharon Stone (Intersection - Uma escolha, uma renúncia / O especialista)
PIOR ATOR COADJUVANTE: O.J. Simpson (Corra que a polícia vem aí 33 1/3 - O insulto final)PIOR ATRIZ COADJUVANTE Rosie O'Donnell (The Flintstones - O Filme / O amor é uma grande fantasia / Chamando Carro 54)
PIOR ROTEIRO: Tom S. Parker, Jim Jennewein e Steven E. De Souza (The Flintstones - O Filme)
PIOR DUPLA: Brad Pitt e Tom Cruise (Entrevista com o Vampiro) e Sharon Stone e Sylvester Stallone (O Especialista)
PIOR REMAKE OU SEQÜÊNCIA: Wyatt Earp (Wyatt Earp)
PIOR CANÇÃO: "Marry the Mole!" (Thumbelina)
PIOR REVELAÇÃO: Anna Nicole Smith (Corra que a polícia vem aí 33 1/3 - O insulto final)
1994
PIOR FILME: Proposta indecente (Indecent proposal)
PIOR DIRETOR: Jennifer Chambers Lynch (Encaixotando Helena)
PIOR ATOR: Burt Reynolds (Um tira e meio)
PIOR ATRIZ: Madonna (Corpo em evidência)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Woody Harrelson (Proposta indecente)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Faye Dunaway (Ambição fatal)
PIOR ROTEIRO: Amy Holden Jones (Proposta indecente)
PIOR CANÇÃO: "Addams Family (WHOOMP!)" (A família Addams 2)
PIOR REVELAÇÃO: Janet Jackson (Sem medo no coração)
1993
PIOR FILME: Uma luz na escuridão (Shining through)
PIOR DIRETOR: David Seltzer (Uma luz na escuridão)
PIOR ATOR: Sylvester Stallone (Pare! Senão mamãe atira!)
PIOR ATRIZ: Melanie Griffith (Uma luz na escuridão / Uma estranha entre nós)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Tom Selleck (Cristóvão Colombo - A aventura do descobrimento)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Estelle Getty (Pare! Senão mamãe atira!)
PIOR ROTEIRO: David Seltzer (Uma luz na escuridão)
PIOR CANÇÃO: "High times, hard times" (Extra! Extra!)
PIOR REVELAÇÃO: Pauly Shore (O homem da Califórnia)
1992
PIOR FILME: Hudson Hawk - O Falcão está à solta (Hudson Hawk)
PIOR DIRETOR: Michael Lehmann (Hudson Hawk - O Falcão está à solta)
PIOR ATOR: Kevin Costner (Robin Hood - O príncipe dos ladrões)
PIOR ATRIZ: Sean Young (como as gêmeas que são assassinadas) (Um beijo antes de morrer)PIOR ATOR COADJUVANTE: Dan Aykroyd (Nada além de problemas)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Sean Young (como as gêmeas que são assassinadas) (Um beijo antes de morrer)
PIOR ROTEIRO: Steven E. DeSousa e Daniel Waters (Hudson Hawk - O Falcão está à solta)PIOR CANÇÃO: Addams groove" (A família Addams)
PIOR REVELAÇÃO: Vanilla Ice (Cool as Ice)
1991
PIOR FILME: Os fantasmas não transam (Ghosts can't do it)
PIOR DIRETOR: John Derek (Os fantasmas não transam)
PIOR ATOR: Andrew Dice Clay (As aventuras de Ford Fairlane)
PIOR ATRIZ: Bo Derek (Os fantasmas não transam)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Donald Trump (Os fantasmas não transam)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Sofia Coppola (O poderoso chefão III)
PIOR ROTEIRO: Daniel Waters, James Cappe e David Arnott (As aventuras de Ford Fairlane)PIOR CANÇÃO: "He's comin back (The Devil!)" (A repossuída)
PIOR REVELAÇÃO: Sofia Coppola (O poderoso chefão III)
1990
PIOR FILME: Jornada nas Estrelas V - A fronteira final (Star Trek V)
PIOR DIRETOR: William Shatner (Jornada nas Estrelas V - A fronteira final)
PIOR ATOR: William Shatner (Jornada nas Estrelas V - A fronteira final)
PIOR ATRIZ: Heather Locklear (Return of the swamp thing)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Christopher Atkins (Desencontros)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Brooke Shields (A corrida maluca)
PIOR ROTEIRO: Eddie Murphy (Os donos da noite)
PIOR CANÇÃO: "Bring your daughter to the slaughtr" (A hora do pesadelo V)"Let's go!" (A Hora do Pesadelo V)
1989
PIOR FILME: Cocktail (Cocktail)
PIOR DIRETOR: Blake Edwards (Assassinato em Hollywood)
PIOR ATOR: Sylvester Stallone (Rambo III)
PIOR ATRIZ: Liza Minelli (Arthur 2, o milionário arruinado / Um tira de aluguel)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Dan Aykroyd (Clube dos Pilantras 2)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Kristy McNichol (Um toque de sedução)
PIOR ROTEIRO: Heywood Gould (Cocktail)
PIOR CANÇÃO: "Jack Fresh" (Clube dos Pilantras 2)
PIOR REVELAÇÃO: Ronald MacDonald (Mac, o extra-terrestre)
1988
PIOR FILME: Leonard - Parte 6 (Leonard Part 6)
PIOR DIRETOR: Norman Mailer (A marca do passado) e Elaine May (Ishtar)
PIOR ATOR: Bill Cosby (Leonard - Parte 6)
PIOR ATRIZ: Madonna (Quem é esta garota?)
PIOR ATOR COADJUVANTE: David Mendenhall (Falcão - O campeão dos campeões)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Daryl Hannah (Wall Street - Poder e Cobiça)
PIOR ROTEIRO: Jonathon Reynolds (Leonard - Parte 6)
PIOR CANÇÃO: "I want your sex" (Um tira da pesada II)
PIOR REVELAÇÃO: David Mendenhall (Falcão - O campeão dos campeões)
PIORES EFEITOS ESPECIAIS: Tubarão - A Vingança (Jaws: The Revenge)
1987
PIOR FILME: Howard, o super-herói (Howard the duck) e Under the cherry moon
PIOR DIRETOR: Prince (Under the cherry moon)
PIOR ATOR: Prince (Under the cherry moon)
PIOR ATRIZ: Madonna (Surpresa de Shanghai)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Jerome Benton (Under the cherry moon)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Dom deLuise (como Tia Kate) (Lua-de-mel assombrada)
PIOR ROTEIRO: Willard Huyck e Gloria Katz (Howard, o super-herói)
PIOR CANÇÃO: "Love or money" (Under the cherry moon)
PIOR REVELAÇÃO: Os seis rapazes vestidos com a roupa de pato (Howard, o super-herói)PIORES EFEITOS ESPECIAIS: Howard, o super-herói (Howard the duck)
1986
PIOR FILME: Rambo II (Rambo: First Blood Part II)
PIOR DIRETOR: Sylvester Stallone (Rocky IV)
PIOR ATOR: Sylvester Stallone (Rambo II / Rocky IV)
PIOR ATRIZ: Linda Blair (Patrulha noturna / Prisioneiras da ilha selvagem / Ruas selvagens)PIOR ATOR COADJUVANTE: Rob Lowe (St. Elmo's fire)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Brigitte Nielsen-Stallone (Rocky IV)
PIOR ROTEIRO: Sylvester Stallone e James Cameron (Rambo II)
PIOR CANÇÃO: "Peace in our life" (Rambo II)
PIOR REVELAÇÃO: Brigitte Nielsen-Stallone (Rocky IV / Guerreiros de fogo)
PIOR TRILHA SONORA: Rocky IV (Rocky IV)
1985
PIOR FILME: Bolero - Uma aventura em êxtase (Bolero)
PIOR DIRETOR: John Derek (Bolero - Uma aventura em êxtase)
PIOR ATOR: Sylvester Stallone (Rhinestone - Um brilho na noite)
PIOR ATRIZ: Bo Derek (Bolero - Uma aventura em êxtase)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Brooke Shields (Sahara)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Lynn-Holly Johnson (Onde os garotos estão)
PIOR ROTEIRO: John Derek (Bolero - Uma aventura em êxtase)
PIOR CANÇÃO: "Drinkestein" (Rhinestone - Um brilho na noite)
PIOR REVELAÇÃO: Olivia D'Abo (Bolero - Uma aventura em êxtase / Conan, o destruidor)PIOR TRILHA SONORA: Bolero - Uma aventura em êxtase (Bolero)
1984
PIOR FILME: A Mulher Só (The lonely lady)
PIOR DIRETOR: Peter Sasdy (A Mulher Só)
PIOR ATOR: Christopher Atkins (Clube das mulheres)
PIOR ATRIZ: Pia Zadora (A Mulher Só)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Jim Nabors (O Imbatível)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Sybil Danning (Correntes do inferno / Hércules)
PIOR ROTEIRO: Ellen Shepard (A Mulher Só)
PIOR CANÇÃO: "The way you do it" (A Mulher Só)
PIOR REVELAÇÃO: Lou Ferrigno (Hércules)
PIOR TRILHA SONORA: A Mulher Só (The lonely lady)
1983
PIOR FILME: Inchon!
PIOR DIRETOR: Ken Annakin (The pirate movie) e Terence Young (Inchon!)
PIOR ATOR: Laurence Olivier (Inchon!)
PIOR ATRIZ: Pia Zadora (Butterfly)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Ed McMahon (Butterfly)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Aileen Quinn (Annie)
PIOR ROTEIRO: Inchon! (Robin Moore e Laird Koenig)
PIOR CANÇÃO: "Pumpin' and blowin" (The pirate movie)
PIOR REVELAÇÃO: Pia Zadora (Butterfly)
PIOR TRILHA SONORA: The pirate movie
1982
PIOR FILME: Mamãezinha querida (Mommie dearest)
PIOR DIRETOR: Michael Cimino (Heaven's gate)
PIOR ATOR: Klinton Spillbury (Legend of the Lone Ranger)
PIOR ATRIZ: Bo Derek (Tarzan Nota 10) e Faye Dunaway (Mamãezinha Querida)
PIOR ATOR COADJUVANTE: Steve Forrest (Mamãezinha Querida)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Diana Scarwid (Mamãezinha Querida)
PIOR ROTEIRO: Mamãezinha Querida (Frank Yablans, Frank Perry, Tracy Hotchner e Robert Getcheell)
PIOR CANÇÃO: "Baby talk" (Paternidade)
PIOR REVELAÇÃO: Klinton Spillsbury (Legend of the Lone Ranger)
PIOR TRILHA SONORA: Legend of the Lone Ranger
1981
PIOR FILME: Can't stop the music
PIOR DIRETOR: Robert Greenwald (Xanadu)
PIOR ATOR: Neil Diamond (Nasce um Cantor)
PIOR ATRIZ: Brooke Shields (A Lagoa Azul)
PIOR ATOR COADJUVANTE: John Adames (Glória) e Laurence Olivier (Nasce um Cantor)PIOR ATRIZ COADJUVANTE: Amy Irving (Honeysuckle Rose)
PIOR ROTEIRO: Can't stop the music (Bront Woodward e Allan Carr)
PIOR CANÇÃO: "The man with Bogart's face" (The man with Bogart's face)

sábado, 15 de setembro de 2007

KEOMA (Keoma,1976,ITA)


Quando eu era adolescente, eu assisti a esse filme e fiquei fascinado pela história e principalmente pela a desesperada música, que leva o titulo do filme, cantada por Sybil & Guy e escrita pela dupla Guido e Maurizio DeAngelis. A minha procura finalmente acabou, depois que recebi do Herax, ou seja, o Heráclito Maia, do Blog da Desforra um cd com vários temas, inclusive a trilha do Filme.

Mas vamos logo ao que interessa, vemos no começo, um cavaleiro, sendo acompanhado pela câmera magistral de Enzo G. Castelari, um mestre do cinema, na minha opinião, onde o acompanha, até uma cidade fantasma com o vento forte escurecendo as imagens, até ser abordado por uma velha mulher, aparentemente uma bruxa, que o avisa a não voltar à cidade onde nasceu, Keoma lembra do começo de sua vida, onde foi sobrevivente de um massacre quando era criança e que foi criado por Shannon, um velho pistoleiro, detalhe Keoma é um índio mestiço. E quando o velho pistoleiro levou-o para casa causa a revolta e o desprezo dos filhos legítimos do velho pistoleiro.

A bruxa grita mais uma vez que ele não vá para a cidade e aí começa, uma das mais triste canções que eu ouvi em toda a minha vida, e que eu estou escutando agora.E a câmera continua acompanhando Keoma até a chegar em um punhado de homens todos armados e carregando uma carroça-prisão, com várias pessoas, inclusive uma mulher grávida, que tenta escapar, para no fim sobrar apenas a ela, e aí Keoma aparece e mata alguns mal-feitores para ajudar uma mulher que nunca tinha vista na vida. Poema puro.

Ele segue para a sua cidade natal após a guerra apenas para descobrir que ela foi tomada por uma praga, e que um homem de nome Caldwell passou a controlá-la como bem entende, usando de violência, para dominar todos na cidade.Lá encontra um velho amigo, George( Woody Strode)que antes era o braço esquerdo de seu pai, hoje um velho bêbado e que sofre preconceitos por parte da população da cidade.

Seus meios-irmãos Butch, Sam e Linny trabalham para o Capitão e Keoma se vê sozinho contra todos eles. Keoma tenta, amenizar tudo para encontrar o seu pai adotivo e saber o que é que ele tem a fazer nesse mundo.

Mas, como sempre, as magoas do passado, voltam a conduzir a vida de Keoma, e para defender a mulher que trouxe de volta, ele tem que lutar contra os seus irmãos.

Agora ele está preso no meio de uma batalha selvagem entre inocentes colonos, bandidos sádicos e seus meio-irmãos. Tentando sobreviver até que finalmente saiba o porque de tudo isso.O por que de sua vida ser tão violenta.

Enzo Castellari é um gênio, ele usa toneladas de câmera lenta, mostrando assim uma grande homenagem a Sam Peckinpah, diretor americano, considerado o poeta da “violência”. Além de escrever o roteiro com a parceria de Nico Ducci, Luigi Montefiori, Mino Roli e diálogos não creditado de Joshua Sinclair.

Muitos temas se apresentam no filme:

# A briga entre os irmãos, o racismo, intolerância; Ódio;

# O nascimento da criança num estábulo, CRISTO???, , assim como a crucificação do herói;

# A presença da velha índia nos momentos culminantes do filme. Pura mitologia grega;

# O herói errante em busca de um desígnio que justifique sua vida também tem inspiração mitológica.

# A peste se constituiu num elemento bíblico e mitológico no filme, e a cidade parece até a mítica Sodoma e Gamorra.

E não é só Castellari quem se supera, atingindo uma qualidade incrível; a dupla de compositores Guido e Maurizio de Angelis fez uma trilha musical extraordinária, capaz de rivalizar com as melhores de Ennio Morricone. Presente no filme todo, as letras se "casam" maravilhosamente com a historia.Keoma realmente é um clássico, extraordinário.E a busca pela sua PAZ interior é a mola mestra desse filme, é exatamente o que quero nesse momento em que estou passando, na música, segundo cantor , Keoma quer encontrar a PAZ a todo custo, para ver se impede a sua violência. Ele nunca a teve e nunca vai ter, ele nunca conheceu a PAZ, devido ao ódio de seus meios-irmãos e de todos que passaram em seu caminho. Como Nero diz na cena final, "O homem que é livre nunca morre". Ele nunca encontrou a sua PAZ.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

GHOST HOUSE - A CASA DO HORROR (GhostHouse,1986,EUA/ITA)



Em uma antiga viagem a minha cidade natal, o primeiro lugar em que fui foi na minha velha locadora, para ver se o dono estava vendendo os seus vhs, a minha procura era o famigerado Night of Terrors, dirigido pelo picareta Andréa Biachi, mas não tive êxito em encontrar a fita, também pudera tinha passado sete anos longe da terrinha, mas lá estava essa preciosidade do diretor Umberto Lenzi,não pensei duas vezes e comprei, ele e outros que um dia fizeram parte da minha adolescência.Eu era feliz e não sabia.Então vamos lá, embarquei em um túnel do tempo, pra poder assistir essa preciosidade do cinema carcamano da década de 80. Bom passeio, hehehe.

Logo de primeira vemos uma velha casa em estilo vitoriano construída em uma área rural dos EUA.

Em seu interior, Sam Baker (Alain Smith) desce as escadas até o porão à procura da filha Henrietta (Kristen Fougerousse). Encontra, no caminho, um gato morto. E a menina, num canto do escuro porão, com uma tesoura ensangüentada na mão e um boneco de palhaço.

Sam fica perplexo com a crueldade da menina loira e de vestido branco e a tranca no porão. Sobe para a sala e fala rapidamente com a esposa, antes de ser assassinado por um estranho personagem, o mesmo destino tem mocinho do filme, Paul, (Greg Scott). Ele é um radioamador. E passa as suas noites conversando com garotas e rapazes de todos os EUA.

Certa madrugada, Paul está tentando sintonizar uma faixa para conversar com um amigo e pega apenas estática e sons estranhos. Repentinamente, uma desesperada mensagem de socorro entra na freqüência. O rapaz rapidamente pega um gravador e registra a mensagem, onde um homem amedrontado grita por socorro antes de silenciar; em seguida, escuta o grito de uma moça. Depois, começa a tocar uma sinistra música infantil.

Assustados com aquilo, Paul e Martha duvidam que possa ser brincadeira. Com o auxílio de um computador, o jovem radioamador consegue rastrear a freqüência de onde veio a mensagem.
E o local onde a freqüência veio é exatamente a casa do começo do filme, Paul entra na casa para procurar por alguém e encontra um equipamento de radioamador em seu interior e logo descobre que é de um rapaz chamado Jim (Martin Jay), que ao lado de seu amigo, Mark (Ron Houck) e mais duas garotas, garotas Susan (Mary Sellers) e Tina (Kate Silver), que estão acampados nas redondezas do casarão.

Quando Paul e Martha mostram a mensagem ao grupo, eles identificam a voz como sendo de Jim e o grito de Tina, mas ambos negam que tenha feito tal transmissão.

Logo, começa a acontecer barulhos esquisitos pela casa, e o grupo se separa pra investigar. Martha desce ao porão e potes de conservas incham e explodem, uma cabeça decepada gira na máquina de lavar e o fantasma da menina de branco com seu boneco, um palhaço pra lá de sinistro, aparece para assustá-la. Ela corre e é Jim quem desce para o porão, encontrando a mesma menina, desta vez com um ventilador girando, mesmo que ele não esteja ligado na tomada. O rapaz grita por socorro, e é o mesmo grito que Paul gravou na noite anterior, e uma das lâminas do ventilador se solta, cortando o seu pescoço. Outras coisas estranhas ainda acontecem na casa, e ainda surge um jardineiro maluco e tenta matar as meninas, Paul consegue deter o doido, mas o jardineiro consegue escapar.

Logo a policia chegar a casa, e deduz que Jim foi morto pelo jardineiro, dando um basta naquela coisa de assombração. Paul e Martha voltam para Boston deixando Mark, Tina e Susan para trás.Eles não conseguem sair das redondezas da casa, devido a um problema na do trailer.
Então anoitece e eles se vêem às voltas com os fantasmas da casa novamente.Em Boston, Paul decifra a mensagem da cantiga infantil que gravou pelo radioamador. E parte de novo para a casa, onde vai tentar descobrir o mistério do lugar.

O que espera de um filme feito na Itália, com atores mais inexpressivos do que uma porta?Cheios de clichês??Onde o diretor, habituado em fazer porcaria, Umberto Lenzi, assina com um pseudônimo ridículo de Humphrey Humbert???

Eu digo a resposta, PURA DIVERSÃO, foi uma viagem no tempo que eu fiz assistindo a esse filme.

O filme tem um bom ritmo, apesar dos canastrões, em especial o Paul, mas quem liga, o negócio é ver sangue!!! E isso tem de monte nesse filme.Música excelente, em particular aquela sinistra música infantil onde toca toda vez que aparece a menina e o palhaço, composta por Piero Montanari ,além é claro das bizarrices do roteiro, tipo: Cachorros fantasmas, piscina de leite corrosivo, bem me pareceu leite, entre outras coisinha que tenho que deixar você assistir para embarcar nessa doideira.

Agora lhe digo, hoje em plena era da tecnologia, os novos diretores de terror deviam aprender com os velhos filme de terror bagaceiro, pois eu não troco Ghost House por nenhuma dessa porcaria de hoje, tipo: Amaldiçoados, Crocodilo, entre outras pragas que infesta o nosso mercado. Esse sim era um legitimo exemplar de como fazer filmes de terror, a toque de caixa, com elenco medíocre e muito sangue, mas muito mesmo. Coitado dos pseudo-diretores de hoje.

Algumas curiosidades sobre o filme, cortesia do ilustre colaborador do site Boca do Inferno, Felipe M. Guerra, em seu artigo sobre esse mesmo filme,hehehe.Três curiosidades: na Itália o filme foi lançado com o título LA CASA 3, para parecer que era continuação da série "A Casa do Espanto" (que na Itália chama-se "La Casa"). E o veterano diretor de tudo quanto é gênero, Joe D'Amato, produziu o filme, mas não gostou do trabalho de Lenzi e exigiu a retirada do seu nome dos créditos. Vai entender. Mais uma: parte da trilha sonora foi "roubada" por Lenzi da trilha que Simon Boswell fez para o filme "O Pássaro Sangrento", de Michele Soavi.

Eu era feliz e não sabia!!!! Foi muito bom voltar no tempo com essa preciosidade do cinema de terror da década de 80.E não se fazem mais filme de terror como antigamente.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

"Versão brasileira, Herbert Richers."


Herbert Richers é um personagem de cinema. Com uma diferença: ele fica do lado de cá das câmeras, já que grande parte da produção nacional realizada até hoje passou pelas suas mãos. São 50 anos, a metade da idade do cinema mundial, produzindo jornais, chanchadas, filmes, longas e curtas-metragens. Por isso, a história do cinema brasileiro poderia ser contada a partir da sua própria história. E nesse momento, quando comemoramos seu meio século de carreira, a Faculdade da Cidade lhe concede o título de professor Honoris Causa, uma homenagem prestada por faculdades a pessoas que deram sua contribuição para a cultura do país.
Paulista de Araraquara, Herbert Richers veio para o Rio de janeiro em 1942 para trabalhar no maior laboratório cinematográfico do país, que pertencia a um tio. A Herbert Richers S.A. foi fundada em 1950 e sua primeira produção foi um jornal cinematográfico que, em seis meses, conseguiu ser distribuído e exibido em mais de 2.000 cinemas, nas principais cidades do país.
Em vários momentos, Herbert Richers foi o precursor de novas tendências. Aconteceu assim com o Cinema Novo, quando este ainda estava a caminho. O filme "Os Cafajestes" trouxe inovação e mais sucesso. O dinheiro veio através de "Meu Pé de Laranja Lima"que, segundo o produtor, deu muito trabalho para realizar. Ele também foi responsável pelo surgimento de novos talentos, como e o caso de Vidas Secas , um longa produzido com Nelson Pereira dos Santos e que teve como diretor de fotografia Luiz Carlos Barreto - atualmente um dos mais conceituados produtores brasileiros.
A dublagem, como a conhecemos hoje em dia, foi introduzida pela Herbert Richers em 1960, com a ajuda de Walt Disney. Como a legenda na época não era boa, a televisão pequena, em preto e branco e sem definições, resolveram colocar vozes brasileiras nas produções estrangeiras. Hoje são dublados, em média 150 horas de filmes por mês, o que corresponde a setenta por cento da dublagem exibida nos cinemas. Ou seja, a marca registrada Herbert Richers não está presente apenas no que é feito no país, mas em grande parte do que recebemos de fora também.
Os estúdios Herbert Richers lançaram nomes que, mais tarde, se tornariam famosos, como Costinha, Fred e Carequinha, além de Ankito, Zé Trindade, Grande Otelo e Ronald Golias, presenças constantes nas produções da casa. O surgimento de grandes marcos do cinema nacional em substituição às produções mais descompromissadas realizadas até então também aconteceu dentro da Herbert Richers. De lá saíram filmes como "O Assalto ao Trem Pagador", "Vidas Secas", "Bonitinha, Mas Ordinária", "Pão de Açúcar", "Selva Trágica" (peça-chave do Cinema Novo) c "Asfalto Selvagem". As estrelas e astros que já faziam parte do imaginário coletivo foram trocados e em seu lugar entraram nomes como Jece Valadão, Reginaldo Farias, Rejane Medeiros, Átila lório, Maria Ribeiro e Eliezer Gomes. Assim como as assinaturas de Nelson Pereira dos Santos e Roberto Faria substituíram as de Victor Lima e J.B. Tanko.
J.B.Tanko é um capítulo à parte na história do cinema nacional. Ele foi o responsável pelos últimos filmes dos Trapalhões, mas ficou realmente conhecido pelas chanchadas dos anos 40 e 50. De "Sai de Baixo"a "Asfalto Selvagem", dirigiu na Herbert Richers atores como Dercy Gonçalves, Renata Fronzi e Jece Valadão em filmes produzidos, na maior parte das vezes, por Oswaldo Massaini e Arnaldo Zonarí.
As organizações artísticas Herbert Richers foram fundadas em 1956 para a exclusiva produção de cinejornais. Pouco tempo depois já aderia aos longas-metragens, na época um setor ainda visto com certo temor. Começou modestamente com a comédia "Sai de Baixo", mas se desenvolveu a ponto de chegar a produzir oito filmes por ano, a maior média de qualquer estúdio ou produtora daquela época. Com o desenvolvimento da televisão, Herbert Richers organizou um departamento de dublagem de filmes para TV, obtendo a representação exclusiva da MCA TV LTD., de Hollywood, proprietária dos estúdios da Universal. Daí para a produção dos primeiros filmes para -a TV no Brasil foi um pulo. O inevitável seria que a maior distribuidora de filmes para a televisão entrasse também para o mercado de vídeo, o que acabou acontecendo em 1988.
Pode-se contar uma história de duas maneiras: fictícia ou didaticamente. No caso desse recente período do cinema brasileiro, podemos ler a descrição anterior ou optar por um breve mergulho na filmografia produzida por Herbert Richers. Como filmes são criados com o propósito de nos arrebatar e envolver, nada melhor do que os utilizarmos para contar a sua própria história. Seguem-se, então, alguns marcos capazes de relatar o processo de desenvolvimento de parte de nossa produção.
"Sai de Baixo" liderou o frescor do todas as chanchadas que vieram a seguir, revelando personalidades como, além dos já citados Fred e Carequinha, Costinha, Anilza Leoni, Adalgisa Colombo, Adelaide Chiozzo, Ivon Curi, Norma Blum e, posterior mente, Ronald Golias e Renata Fronzi. Merece deslaque, por exemplo, "Metido a Bacana", que bateu recordes de bilheteria com Ankito vivendo um duplo papel, numa espécie de O Principe e o Mendigo à brasileira, filmes como "Com Água na Boca", 'Sherlock de Araque", "Massagista do Madame" e "Hoje o Galo Sou Eu" provaram que, já naquele tempo, cinema ora a maior diversão.
Pouco a pouco, a malícia descompromissada dessas produções começou a abrir espaço para obras realizadas dentro de grandes estúdios e repletas de um aparato técnico até en tão desconhecido. Significava uma quebra do estilo de produção naif que, algum tempo depois, tornou só ainda mais brusca com a chegada e o impacto do Cinema Novo. Esse gênero trouxe intrínseco a existência de um cinema pobre, mas que substituía a busca inocente do simples entretenimento, próprio das chanchadas, por uma temática voltada para as mazelas do Brasil. Foi o responsável por projetar a produção brasileira no âmbito internacional (objetivo primordial da extinta Vera Cruz), sem esquecer da meta de renovar o cinema nacional, desvencilhan-do-o do modelo norte-americano. Mais uma vez, Herbert Richers se sobressai com uma contribuição essencial à consolidação do novo gênero, expressa em filmes como "Boca de Ouro", "Bonitinha, Mas Ordinária" (da dramaturgia rodrigueana; ambos retratavam o corrompido contexto social da época); "Assalto ao Trem Paga-dor" (drama policial de Roberto Faria); "Selva Trágica" e "Vidas Secas". Estes dois últimos são exemplos perfeitos da importância da literatura como uma das maiores fontes de inspiração do cinema novo. Em "Selva Trágica", baseado no livro homônimo de Hernani Donato, é evidente a tentativa de captar, sem acréscimos ou subtrações, a realidade amarga e triste dos plantadores de erva-mate nos confins de Mato Grosso. Já em "Vidas Secas", Nelson Pereira dos Santos - que junto a cineastas como Glauber Rocha e Rui Guerra representava o movimento - captou a trágica sobrevida do sertão nordestino descrita por Graciliano Ramos. No entanto, enquanto os personagens ardiam sob o sol impiedoso, por pouco o filme não arde sob as chamas que quase levaram Herbert Richers à ruina.
Incêndio:
"Vidas Secas" só se salvou do incêndio que poderia ter posto fim a toda vida ativa da Herbert Richers porque estava no estúdio da Tijuca, junto a todos os outros longas-metragens, e não no edifício Astória onde se localizava a empresa. Um incidente nessas dimensões seria o fim prematuro de um produtor que, em 1942, chegou ao Rio de janeiro para trabalhar num laboratório cinematográfico. Ao mesmo tempo que buscava se tornar um cine-grafista, Herbert Richers trabalhava na cobertura jornalística dos filmes da Atlântida. Em 1950, fundou a própria empresa — Herbert Richers SA.—, que começou produzindo cine-jornais até se iniciar no ramo dos longas-metragens. Tempos depois, a amizade com Walt Disney proporcionou um investimento no setor de dublagens de filmes americanos a serem televisionados aqui.
Como se vê, é uma trajetória que o fogo não pode apagar.
Agora uma entrevista para o jornalista Hamilton Rosa Jr. da revista Ver Vídeo, em sua íntegra:
As lições de Herbert Richers:
Quem não sabe completar o slogan "Versão brasileira..." talvez não se interesse por essa entrevista. Agora, quem conhece, com certeza irá além, para saber mais detalhes sobre esse empresário do ramo de entretenimento, cuja trajetória se confunde com momentos importantes da história cultural do Brasil. Na trajetória do mercado audiovisual brasileiro, há um nome que merece mais de um capítulo. Ele é Herbert Richers, um homem que pode se orgulhar de dizer que foi pioneiro do cinema, da produção a da distribuição de filmes. Que praticamente criou um modo de dublar próprio para os seriados de TVs - quem não se lembra do famoso bordão ?Versão brasileira: Herbert Richers?? - e que experimentou até o mercado de vídeo, montando uma distribuidora. Para Richers, faltava apenas desbravar o mundo do DVD, experiência que ele tem agora, com o lançamento de 27 clássicos da chanchada, restaurados e remasterizados, a serem distribuídos pela Europa Filmes. O primeiro lote chega em outubro e traz É de Chuá, com Grande Otelo, Ankito e Costinha; Entrei de Gaiato, com Dercy Gonçalves e Zé Trindade; e Golias Contra o Homem das Bolinhas, que dispensa apresentação. Herbert Richers nos recebeu em seu estúdio da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), para contar uma pouco da sua jornada. Como diz um personagem em Cidadão Kane, "não dá para resumir uma vida em minutos", mas Richers se esforçou bastante para nos passar uma idéia do que tem sido a sua. E ouvimos atentamente sua voz terna, cheia de lições a transmitir.
VV - Os filmes da Coleção Herbert Richers foram todos restaurados?
Herbert Richers - Sim. Eu e o Wilson Feitosa, da Europa Filmes, fechamos este primeiro lote apenas com os filmes que foram restaurados recentemente, como É de Chuá, Entrei de Gaiato, Meu Pé de Laranja Lima e outros 24 títulos. Já tinha vendido o pacote para a TV a cabo e ao perceber a procura do produto, falei com o Wilson, em Manaus (AM), no final do ano passado, e resolvemos apostar.
VV - O slogan televisivo "Versão brasileira: Herbert Richers" marcou uma geração e continua a manter a popularidade de seu estúdio no ramo da dublagem. A história do cinema e da televisão parece que se confundem com a sua trajetória. Quando você realmente começou?
Richers - Olha, em uma reunião do Sindicato da Indústria Cinematográfica recentemente, as pessoas brincavam comigo dizendo que eu era o empresário mais velho atuando no ramo. De fato, acho que sou o homem mais velho do cinema e também o que tem a carreira mais extensa (risos). Porque comecei no final dos anos 30, aos 17 anos, como fotógrafo e estou com 82 anos. Portanto, já tenho 67 anos de profissão e só pretendo parar daqui uns dez anos (risos).
VV - Você deve ter histórias ótimas para contar...
Richers - Ah, tenho muitas histórias, sim. Lembro-me de um episódio marcante, quando eu era fotógrafo, que me envolveu com o Assis Chateubriand. Era muito amigo do irmão dele, o Fred. Um dia, o Chateubriand ia partir para uma missão diplomática na Inglaterra e pediu para o Fred me convidar para ser o fotógrafo oficial desta missão. Fiquei envaidecido. Imagine, eles tinham os Diários Associados, tinham tantos fotógrafos excepcionais, e o Assis foi logo me chamar... Perguntei para o Fred por que o irmão dele me convidou e ele me disse: "Porque você é louro de olhos azuis!" Ele queria mostrar para os ingleses que no Brasil não tinha somente negros (risos).
VV - Você trabalhoo na Atlântida, não?
Richers - Minha escola começou na Atlântida, nos primórdios das chanchadas, na década de 40. Era muito ativo no estúdio, trabalhava como diretor de fotografia dos filmes do Jorge Ileli (N.R.: diretor do clássico policial Amei um Bicheiro) e também era o editor e o câmera do Jornal da Atlântida. Quando completei 28 anos, achei que estava ficando muito velho e que devia montar meu próprio negócio. Falei com o Luiz Severiano Ribeiro Jr. (o pai do atual presidente do Grupo de Cinemas Severiano Ribeiro), que era sócio majoritário da Atlântida, sobre minha intenção de abandonar o emprego e ele me falou que eu ganhava um salário muito bom e que seria louco de abandonar isso por algo incerto. Realmente ganhava muito bem, mas queria modificar o estilo do jornal cinematográfico. Fiz um contato com a Metro, que não estava satisfeita com o jornal de notícias que eles exibiam, e me propus a criar um novo noticiário. O problema que eles tinham é que havia poucas cópias do jornal e exibiam o noticiário cada semana em um cinema. Quando chegava no subúrbio, estava com mais de seis meses de idade e nada mais daquilo interessava. Então, idealizei um jornal com um número muito maior de cópias e criei um esquema de distribuição no Brasil inteiro, para que eles fossem exibidos pelo menos nas principais capitais do País.
VV - Mas como você conseguiu montar essa estrutura. Fez empréstimos?
Richers - Não, comecei montando pequenas estruturas, que foram crescendo e se desenvolvendo até chegar um ponto em que o meu jornal, que se chamava Jornal da Tela, atingiu 2.400 cinemas do país, o que era mais da metade do parque de exibição, que aquela altura contava com 4 mil cinemas. Enfim, virou uma distribuidora importante, que mais tarde foi vendida para a Embrafilme.
VV - Foi neste período que você começou a produzir filmes?
Richers - Foi. Uma vez que tinha distribuidora em todo lugar, comecei a estudar uma forma de me aventurar na produção de um longa-metragem. Quem me ajudou a concretizar esse sonho foi o J.B. Tanko, que mais tarde ficaria conhecido como diretor dos filmes dos Trapalhões. O J.B. Tanko tinha uma larga experiência com cinema, tinha dirigido filmes na Alemanha e também na Iugoslávia e estava no Brasil realizando filmes para um outro estúdio. Mas ele tinha dificuldades com o patrão porque não falava português direito. Não me lembro como o conheci, mas nos dávamos muito bem, principalmente fazendo comerciais para o cinema. Quando contei que estava planejando fazer um longa, o Tanko veio imediatamente para a Herbert Richers. Fizemos primeiro o Sai de Baixo, o filme que lançou os palhaços Carequinha e Fred. Como tínhamos o esquema de distribuição, conseguimos um sucesso muito maior do que esperávamos. Aí, logo em seguida fizemos o Com Água na Boca, novamente com a dupla, e, por feliz acaso, no filme seguinte, consegui trazer para o estúdio o Otelo.
VV - O Grande Otelo?
Richers - Sim. O Otelo teve um problema na Atlântida e não conseguia mais trabalhar lá. A verdade é que ele bebia muito e quando fazia isso se tornava um sujeito muito complicado. Quando a Atlântida desmanchou a dupla Grande Otelo e Oscarito, o Otelo, desesperado, me procurou para saber o que ele devia fazer. Eu tinha um argumento para começar a terceira comédia do estúdio, o Metido a Bacana, e pensei em criar uma dupla nova. Chamei o Ankito e ele e o Otelo se deram muito bem. Metido a Bacana estreou e foi um dos nossos maiores sucessos.
VV - Por que você não chamou o Oscarito?
Richers - Porque ninguém tirava o Oscarito de lá. Ele era a única grande atração que a Atlântida tinha naquela altura.
VV - O Golias também começou assim?
Richers - Começou, mas isso aconteceu mais tarde. Antes dele vieram o Ankito, o Costinha, que fomos nós que lançamos, o Jô Soares e, claro, o Renato Aragão.
VV - Como era o contrato com os atores?
Richers - Com o Ankito e o Grande Otelo, eu tinha um contrato anual. Com os outros, negociava por filme. Agora, outra coisa muito importante sobre aquela época era a nossa rapidez. Fazíamos um filme em 40 dias. E havia um período do ano, o Carnaval, em que as chanchadas faziam mais sucesso. Então, corríamos para lançar um musical duas semanas antes do Carnaval. Esperávamos as marchinhas carnavalescas saírem para incluir no filme, chamávamos todo mundo e em 40 dias estava na sala dos cinemas.
VV - Todo ano era assim?
Richers - Era. A Herbert Richers chegou a produzir até cinco filmes em um ano, mas havia sempre aquele musical que preparávamos para o Carnaval. Porque sabíamos que sempre seria nosso maior sucesso.
VV - E como você levantava o financiamento para produzir cinco filmes por ano?
Richers - Como fazia no começo, tirava do próprio bolso. Quer dizer, a esta altura já éramos uma indústria. Tínhamos um estúdio, uma equipe contratada, o esquema de distribuição... Bastava mantê-lo. E foi o que fizemos por quase 30 anos.
VV - 30 anos fazendo uma média de cinco filmes por ano? Por que você selecionou apenas 27 para lançar em DVD?
Richers - Porque só conseguimos restaurar estes. O processo de restauração leva tempo e é muito caro, custa cerca de R$ 30 mil para restaurar cada filme. Veremos o comportamento desta primeira leva e depois, se os filmes forem bem, continuaremos a restaurar os outros.
VV - Você já assistiu ao resultado?
Richers - Sim. Supervisionei todo o trabalho. O computador faz maravilhas. A grande vantagem é que é possível tirar os mínimos risquinhos na imagem. Também remasterizamos a trilha sonora, que estava em péssimo estado. O processo de restauração de cada filme levou cerca de 15 dias e o da trilha mais uma semana.
VV - A Herbert Richers produziu O Assalto ao Trem Pagador?
Richers - Produzimos O Assalto ao Trem Pagador, Vidas Secas e também distribuímos filmes de outros, como Os Cafajestes, do Rui Guerra, e Boca de Ouro, do Nelson Pereira. O Nelson está neste momento trabalhando com a gente. Ele está filmando aqui no estúdio seu novo filme, Brasília 18%.
VV - Você contou sua experiência no esquema de produção cinematográfica, mas como começou com dublagem?
Richers - Isso acabou acontecendo quase como uma conseqüência da produção dos filmes. Naquela época, quando fazíamos externas, não captávamos o som direto. Depois, levávamos o ator ao estúdio e dublávamos a cena. E a maioria dos filmes tinham cerca de 60% de cenas no exterior, portanto, desenvolvemos uma experiência muito grande de dublagem. E eu tinha conhecido um homem muito importante de Hollywood, que veio ao Brasil em 46 para filmar um documentário, chamado Walt Disney. Fui um dos câmeras da equipe neste documentário. Ficamos amigos e continuei mantendo contato com ele. Mais tarde, como tinha a distribuição no Brasil, quis representar a Disney no País. Mas ele tinha seu escritório de representação aqui e me propôs algo diferente. Ele estava começando a produzir para a televisão e me perguntou se eu não dublaria os seriados que ele estava fazendo, porque ele queria colocar os filmes dele na TV brasileira. Também, não tinha como exibir com legendas na TV, a imagem não era boa, as TVs eram pequenas, enfim, o Disney me deu uma série dele, chamada Zorro. Fiz a experiência e negociei a exibição do seriado na TV Tupi. Depois, ele me fez representante dos produtos Disney para a televisão. Foi curioso, porque naquela ocasião ninguém imaginava que a televisão se tornaria um fenômeno. Diante do sucesso, a Universal, a Warner e outrso, começaram a nos procurar e criamos o slogan "Versão brasileira, Herbert Richers", que se tornou a nossa marca e o nosso certificado de qualidade.
VV - A receita da dublagem superou rapidamente a da produção em cinema?
Richers - Não, não aconteceu assim. Continuamos realizando filmes de sucesso durante os anos 70 e foi nesta década que obtivemos nosso maior campeão de audiência, Meu Pé de Laranja Lima (1970). O cinema só deixou de ser um bom negócio para a Herbert Richers quando a inflação galopante tomou conta da economia. Trabalhávamos no esquema de auto-financiamento e, quando a inflação começou a dobrar de um mês para o outro, percebemos que não conseguiríamos recuperar a receita como fazíamos antes.
VV - Mas o estúdio ainda está em operação...
Richers - Me orgulho muito deste estúdio. Você sabia que ele é o mais velho em operação no Brasil? Este estúdio era da Carmem Santos. Ela era a maior estrela do cinema nos anos 30 e construiu este estúdio para rodar filmes com o Humberto Mauro. Quando a Herbert Richers começou, ele não era meu. Eu o alugava para rodar nossas chanchadas. Como era velho, tivemos que modernizá-lo, criar uma acústica para ele. Depois, nos anos 60, com a morte da Carmem, os filhos queriam se desfazer do estúdio e o puseram a venda. Eu o comprei.
VV - Como você o manteve no período da crise econômica?
Richers - Eu o aluguei para a televisão. Em 1976, houve um incêndio na Globo que destruiu os cenários da sua novela, O Casarão. O Boni, que era o diretor da emissora na época, perguntou se não podia transferir a gravação da novela para cá. Eles entraram aqui e acabaram sendo meus inquilinos por mais de 20 anos. Só saíram depois que o Projac (N.R.: o imenso estúdio que as Organizações Globo construíram em Jacarepaguá) foi inaugurado. Hoje, continuamos alugando-o para o cinema e para a publicidade. Na verdade, são dois estúdios. Um, com 200 metros quadrados e outro, com 700 metros quadrados. O Nelson Pereira está rodando o filme dele no maior.
VV - E as cabines de dublagem?
Richers - Temos hoje dez estúdios de dublagem, todos modernizados e que podem fazer inclusive gravação em dolby 5.1.
VV - Quanto tempo leva uma dublagem?
Richers - Depende do programa. Um longa-metragem de cinema demora mais, costuma levar uma semana. Estamos dublando uma novela mexicana para o SBT onde cada capítulo leva até dois dias.
VV - O que é uma boa dublagem?
Richers - É uma boa interpretação com uma boa sincronização. A boa dublagem é aquela em que o espectador acredita que o filme é falado em português.
VV - O que é mais difícil, ser um bom dublador ou um bom ator?
Richers - Geralmente um bom ator vira um bom dublador. O bom dublador tem que saber interpretar um papel, fazer as inflexões que o papel exige, mas tem que saber sincronizar o início e o fim da fala com a língua que ele está dublando.
VV - Qual é a língua mais difícil de dublar?
Richers - O japonês é complicado, o trabalho labial da língua é muito diferente. O indiano e o sueco também. Agora, quando é uma língua latina, como o italiano ou o francês, é mais fácil porque elas têm similaridade. Já o inglês, por exemplo, é mais curto. Eles resolvem a fala com uma frase de quatro palavras, enquanto que para dizer a mesma coisa em português são precisas seis. Por isso temos que buscar uma síntese.
VV - Os prazos são apertados?
Richers - São. O estúdio trabalha 24 horas. Dividimos as equipes em quatro turnos de seis horas cada.VV - O movimento continua alto então?Richers - Sim e acho que aumentará cada vez mais com o DVD. Antes, as distribuidoras dublavam apenas alguns filmes em DVD, principalmente os infantis. Agora, começam a fazer pesquisas e finalmente descobriram que a aceitação do filme dublado é muito grande. Na verdade, a dublagem aumenta a aceitação do produto. Claro, estou falando de um produto bem dublado. Veja o que acontece com a novela do SBT. O Sílvio Santos nunca ligou muito para a qualidade da dublagem. E as novelas eram horríveis, não havia sincronia na dublagem. Mostrei para ele que dava para criar essa sincronia, fazer com que os atores mexicanos falassem tão naturalmente em português, que o telespectador ficaria em dúvida se o produto era nacional ou estrangeiro.
VV - Nesta novela aparece o slogan "Versão brasileira, Herbert Richers"?
Richers - Não aparece porque o Sílvio quer que o público acredite que ela é nacional. Atualmente, esta novela mexicana está com os índices de audiência maior do que o das novelas brasileiras que ele está fazendo.
VV - Para obter uma perfeição técnica, imagino que você deve ter gastado muito dinheiro com profissionais qualificados, não?
Richers - Que nada. Aprendemos fazendo juntos. A mão de obra foi sendo aperfeiçoada aos poucos. Agora, a coisa amadureceu tanto, que das 50 casas de dublagem que existem no Brasil hoje, 40 trabalham com ex-funcionários formados aqui.
VV - Você fica bravo quando vê os funcionários que formou saindo daqui?
Richers - Ao contrário. Acho importante o crescimento deles, porque com isso tornamos a dublagem uma função para ser exercida por profissionais. Claro, existem pessoas que saíram daqui da maneira errada. Que quiseram sair daqui e roubar nossos clientes de forma desleal. Mas acho que faz parte do negócio. Afinal, comecei trabalhando com o Luiz Severiano e depois sai de lá para me tornar o maior concorrente dele. A concorrência faz você se corrigir, melhora seu trabalho.
VV - Esse seu tom enfático sugere uma personalidade forte e centralizadora. Você se mete em tudo?
Richers - Claro! É o meu negócio! Hoje, estou com 82 anos e por isso passei a vice-presidência da empresa para o meu filho, o Herbert Richers Jr., que desenvolveu experiência neste setor.
VV - Mas você ainda puxa a orelha dele?
Richers - Puxar a orelha é modo de dizer (risos), mas eu fiscalizo sim. Tenho dois filhos aqui na administração da empresa, o Herbert, que é o caçula, e o meu filho mais velho, o Ronaldo Richers.
VV - Faltou você falar sobre sua experiência com distribuidor de vídeo?
Richers - A distribuidora de vídeo surgiu por causa da minha amizade com o Mikael Solomon. Ele era presidente da Lorimar nos EUA. Eu representava e vendia os filmes da Lorimar para a TV, mas eles não tinham distribuição em vídeo no Brasil. O Mikael me ofereceu os produtos e eu topei fazer a experiência. Montamos o esquema de distribuição e nos demos muito bem. A operação só parou por causa de uma negociação lá fora. O Mikael vendeu as ações da Lorimar para a Warner e se tornou o presidente da major. Assim, os filmes da Lorimar passaram para a ser distribuídos no mundo todo pela Warner, inclusive no Brasil.
VV - Mas se você tinha uma estrutura montada, imagino que não teria dificuldades de fazer acordos comerciais lá fora. Afinal, você era conhecido...
Richers - É verdade. Mas já tinha muita coisa para administrar aqui, para ter que sair ao mercado internacional para comprar filmes. Teria que abandonar o meu trabalho.
VV - A televisão continua sendo seu maior cliente de dublagem. Mas será que o DVD não vai será rival da TV no mercado de dublagem?
Richers - Tenho certeza que isso acontecerá a curto prazo. Mas como disse, ainda há preconceito com uma boa dublagem. Há distribuidoras que preferem lançar o filme apenas legendado. Mas quem compra o DVD, sabe que esta mídia oferece muitos recursos. Oferece a legenda e o conforto da dublagem. Há uma quantidade grande que não lê com facilidade a legenda. A Warner, a Sony e a Buena Vista, que são os grandes, já perceberam isso, tanto que todos eles são meus clientes. E faço a dublagem em 5.1 coisa que os concorrentes ainda não dominam.
VV - Para finalizar, destes filmes que você vai lançar pela Europa, qual é o do seu coração?Richers - O filme que mais me orgulho de ter produzido é Meu Pé de Laranja Lima. A forma como me envolvi neste projeto foi muito intuitiva. Comprei o livro no aeroporto depois de ler uma resenha no jornal e estava viajando para São Paulo. É um livro curto, bem escrito, que devorei durante a viagem. Mal cheguei em São Paulo, fui com pressa à Editora Melhoramentos para comprar os direitos. Quando cheguei na editora, o autor, José Mauro de Vasconcelos, estava lá e ficou muito empolgado com a possibilidade de ver sua obra nas telas. No dia seguinte, estava armando a produção para rodar o filme em Vassouras (RJ). Uma curiosidade foi que sempre buscava associação com empresários para produzir uma parcela de meus filmes, mas neste ninguém acreditou. Banquei o filme integralmente e foi o maior sucesso da minha carreira. Custou US$ 150 mil e em um mês já estava pago. Depois de um ano, a receita dele para a empresa já tinha passado de US$ 1 milhão. Depois, vendi para a Europa por US$ 200 mil e para a América Latina por US$ 150 mil. E não foi só sucesso comercial, Meu Pé de Laranja Lima ganhou também o Prêmio Astúrias. Enfim, depois dele adaptei outras histórias do José Mauro de Vasconcelos, como As Confissões do Frei Abóbora e Rua Descalça, que não fizeram o mesmo sucesso, porque não tinham a química toda especial que Meu Pé de laranja Lima tinha.
VV - O filme já foi restaurado?
Richers - Já e acho que será lançado pela Europa em DVD.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Essa Continental....

Eles lançam e ninguém sabe, pelo menos eu não sabia... E eu ainda compro a Set todo mês pra ver os lançamentos de dvd em terras brasilis:
Pra saberem o que mais ela lançou: http://www.dvdcontinental.com.br/ e ainda www.sodublados.com.br
Essa dica enviado por Ernesto Barros.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

SOUNDTRACKS'


John Williams - The Fury

Simon Boswell - Ghosthouse

Stelvio Cipriani - Tentacoli
http://lix.in/c8551e


Stelvio Cipriani - Incubo sulla città contaminata
http://lix.in/df3d3c

terça-feira, 31 de julho de 2007

R.I.P. Michelangelo Antonioni & Michel Serrault


O diretor de cinema italiano Michelangelo Antonioni morreu na noite desta segunda-feira (30), aos 94 anos. Segundo a agência Ansa, ele estava na sua casa, em Roma, junto a sua mulher, Enrica Fico.
O corpo do diretor italiano será velado amanhã na Prefeitura de Roma. Depois, os restos mortais serão levados para a sua cidade natal, Ferrara, no norte da Itália.
“Com Antonioni desaparece não só um dos nossos maiores diretores, mas também um mestre do cinema moderno. Graças a ele chegaram à grande tela as problemáticas mais duras do mundo contemporâneo, como a falta de comunicação e a angústia”, comentou o prefeito de Roma, Walter Veltroni.
O primeiro grande sucesso de Antonioni foi L'avventura (1960). que foi seguido por La notte (1961) e L'eclisse (1962), que compreendem uma trilogia sobre o tema da alienação. Seu primeiro filme colorido Il deserto rosso (1964), também explora temas modernistas da alienação, e junto com os três filmes anteriores, forma uma tetralogia.
A atriz Monica Vitti apareceu nos quatro filmes da tetralogia, atuando em papéis de mulheres desconexas que lutam para se ajustar ao isolamento da modernidade. O seu primeiro filme em inglês, Blowup (1966), foi também um grande sucesso. Embora ele tenha enfrentado o difícil tema da impossibilidade da percepção objetiva das coisas, o filme teve boa recepção popular, parcialmente devido a sua sexualidade explícita pelos padrões da época, e também por causa da atriz Vanessa Redgrave. Zabriskie Point (1970), seu primeiro filme rodado nos Estados Unidos da América, teve menos sucesso, mesmo com a inclusão de uma trilha sonora composta de artistas populares como a banda Pink Floyd (que compôs músicas especialmente para o filme), Grateful Dead, e os Rolling Stones. The Passenger (1975), que foi estrelado por Jack Nicholson, também não obteve sucesso. Embora tenha continuado dirigindo, Antonioni jamais recuperou o grande apelo do seu trabalho anterior. Em 1995 ele foi premiado com um Oscar pelo conjunto da sua obra.
Ele se descrevia como um intelectual marxista, mas alguns autores colocam algumas dúvidas em relação a sua real adesão às ideias do Marxismo. Em contraste com os seus contemporâneos, incluindo os neo-realistas e também Federico Fellini, Ermanno Olmi e Pier Paolo Pasolini, cujas histórias geralmente tratavam da vida da classe trabalhadora e a rejeição e incompreensão da sociedade, os filmes mais notáveis de Antonioni mostravam a elite e a burguesia urbana. Porém, ao contrário do que alguns críticos dizem, os seus filmes descrevem os personagens ricos como pessoas vazias e sem alma, ao invés de romantizar esses personagens. La notte descreve a desintegração de um casal rico que não consegue conviver em harmonia; L'avventura descreve a história de uma mulher que se perde durante uma luxuosa viagem de iate, e do seu noivo e sua melhor amiga que mantêm uma relação sexual enquanto procuram por ela, mas são incapazes de se amar mutuamente; Blowup descreve o mundo superficial de um fotógrafo de moda dos anos 60, que no final do filme se mostra indiferente quando chamado a denunciar um possível crime.
De um modo similar, Zabriskie Point é interpretado como a uma crítica do capitalismo americano, e, por outro lado condescendente com os hippies, descrevendo de forma simpática o seu desejo de fuga. Os filmes de Antonioni também mostram a beleza das paisagens, como no deserto da Califórnia em Zabriskie Point, ou as ilhas rochosas em L'avventura, mas o objetivo não é apenas nos impressionar com a qualidade visual do seu trabalho, mas também descrever a arrogância das "almas perdidas" que em vão tentam impor a sua finitude sobre uma natureza inflexível e sublime. Novamente, apesar dos críticos, os filmes de Antonioni dissecam os ricos de forma cruel com uma reprovação de fundo marxista, mesmo enquanto a sua câmera mostra uma certa fascinação pelas belas coisas da classe rica.
O diretor Ingmar Bergman uma vez disse que admirava alguns dos filmes do Antonioni por serem desinteressados e algumas vezes visionários. Os seus filmes tendem a ter muito poucos planos e diálogos, e muito do tempo é gasto em longas e lentas sequências, como uma sequência contínua de dez minutos em The Passenger, ou muitas cenas em La notte que mostram uma mulher simplesmente vagando silenciosamente pela cidade a observar outras pessoas. Apesar dos seus filmes serem repletos de beleza visual, e de terem uma captação perfeita da alienação dos personagens, o estilo com pouco movimento, e de ritmo lento, entedia certas pessoas.



Michel Serrault, astro da comédia "A Gaiola das Loucas", de 1978, e um dos atores mais populares da França, morreu aos 79 anos, anunciou o governo francês na segunda-feira.

Sua atuação como Albin ajudou a fazer de "Gaiola das Loucas" um dos filmes franceses mais populares da história e lhe valeu um Cesar, o equivalente francês ao Oscar, em 1979.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, elogiou Serrault, dizendo que seu talento deixou sua marca sobre todos os franceses. "Ele foi um monumento no mundo do teatro popular, do cinema e da televisão", disse Sarkozy.

"A Gaiola das Loucas" é uma farsa, mas em mais de cem outros filmes Serrault representou vários papéis mais sérios nos quais exibiu um ar de ambiguidade que podia ser ao mesmo tempo cômico e sinistro.

Suas atuações no papel de tabelião acusado de violentar e assassinar uma garotinha em "Cidadão sob Custódia" ("Garde a vue") ou no de empresário aposentado que contrata a jovem Emmanuelle Beart para datilografar suas memórias em "Minha Secretária" ("Nelly et Monsieur Arnaud") lhe valeram prêmios Cesar.

Sua morte se soma a uma série de perdas sofridas recentemente pelo cinema francês, após o falecimento dos veteranos atores Philippe Noiret, no ano passado, e Jean-Pierre Cassel e Jean-Claude Brialy, no início deste ano.

Serrault vinha sofrendo de uma doença prolongada.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

R.I.P. Ingmar Bergman


A morte do cineasta Ingmar Bergman aos 89 anos abalou nesta segunda-feira a sociedade sueca e o mundo do cinema, que há cinco décadas reconhecia unanimemente o diretor como um de seus grandes mestres. Bergman, considerado um dos diretores mais influentes da segunda metade do século 20, morreu em casa da ilha de Faro, no Mar Báltico, cercado pela família


Sua filha Eva Bergman, encarregada de dar a notícia, disse à agência de notícias sueca "TT" que a morte do cineasta foi "pacífica e tranqüila", mas não explicou as causas. "Eu o visitei na semana passada e já percebi que ele nos estava deixando. Era um homem velho que morreu calma e docemente em sua cama, um velho coração que deixou de bater", afirmou o genro do diretor, o escritor sueco Henning Mankell.


A notícia da morte de Bergman provocou uma chuva de pêsames de personalidades da cultura e da política suecas, entre elas o primeiro-ministro do país, Fredrik Reinfeldt."A obra dele é imortal. Espero que sua herança seja cuidada e desenvolvida por muitos anos", disse Reinfeldt em comunicado.


O cineasta nasceu 14 de julho de 1918 em Upsala, localidade que fica 70 quilômetros ao norte de Estocolmo. Seu pai foi um pastor protestante do qual recebeu um estrita educação, que marcou sua vida e obra, caracterizada - salvo exceções - pela inclusão de conotações metafísicas e um universo de problemas humanos fundamentais, como a falta de comunicação do casal, a solidão, Deus e a morte.


Bergman cursou o ensino básico em Estocolmo, onde também se formou em Arte e Literatura.



Apaixonado pelo teatro, principalmente o clássico, já na universidade dirigiu uma companhia de estudantes.


Após o fim dos estudos, concentrou sua atividade na cena, como autor e diretor.Após ser ajudante de direção no Real Teatro da Ópera de Estocolmo, esteve à frente do Teatro Municipal de Helsinborg (1944-1946), de Goteborg (1946-1949), de Malmoe (1954-1963) e do Real Teatro Dramático de Estocolmo (1963-1966 e 1985-1995).


Em 1976, se mudou para Munique, na Alemanha, onde também desenvolveu seu talento criativo, e em 1985 voltou à Suécia como diretor do Real Teatro Dramático de Estocolmo.


Nesta etapa, fez montagens como "A Menina Julie" e "O sonho", ambos de Strindberg; "Hamlet", de Shakespeare; "Longa jornada noite adentro", de Eugene O'Neill; "Casa de Bonecas" e "Peer Gynt", ambos de Ibsen; e "Conto de Inverno", de Shakespeare.


No final de 1995, deixou o Teatro Dramático para ficar responsável pelos espaços cênicos da televisão pública sueca "STV", onde foram transmitidas obras do diretor.


No cinema, seu começo foi com roteiros que escreveu para projetos próprios e alheios, casos dos diretores Gustaf Molander, Alf Kjellin, Lars Erik Kjellgren e Alf Sjorberg.


Ingmar Bergman, um dos fundadores da Academia Européia de Cinema em 1988, estreou na direção com o longa-metragem "Crise" (1945), "Chove em nosso amor" (1946), "Um Barco para a Índia" (1947), "Música na Noite" (1947), "Porto" (1948), "Prisão" (1948), "Sede de Paixões" (1949), "Juventude" (1951), "Quando as Mulheres Esperam" (1952), "Mônica e o Desejo" (1952), "Noites de Circo" (1953), "Uma Lição de Amor" (1954), "Sonhos de Mulheres" (1955), "Sorrisos de uma Noite de Amor" (1955) e "O Sétimo Selo" (1956).


Bergman começava a ser conhecido internacionalmente como um autor complexo, atormentado e obscuro.


Também destacam-se em sua trajetória os filmes "Morangos Silvestres" (1957, prêmio de melhor direção do Festival de Cannes de 1958), "A Fonte da donzela" (1959, Oscar de melhor filme estrangeiro e Prêmio Fipresci de Cannes), "Através de um Espelho" (1961, Oscar de melhor filme estrangeiro e agraciado no Festival de Berlim), "O silêncio" (1963), "Vergonha" (1968), "Cenas de um casamento" (1973), "O Ovo da Serpente" (1977), "Sonata de Outono" (1978) e "Fanny e Alexander" (1983).


Após esta última, premiada com quatro Oscar (filme estrangeiro, fotografia, cenário e figurino), iniciou um ciclo de filmes para a TV, como "Depois do Ensaio" (1984), "Diário de uma Filmagem" (1986) ou "Na Presença de um Palhaço" (1997).Seus roteiros posteriores foram levados ao cinema por outros produtores. Foi o caso do dinamarquês Bille August, de seu filho Daniel Bergman e de sua atriz favorita e ex-companheira Liv Ullman.Sua última obra para televisão foi como roteirista de "Bergmanova Sonata", em 2005.


Em 2004, a televisão sueca "SVT" transmitiu um documentário de 180 minutos, a cargo da jornalista Marie Nyreroed, sobre a vida e obra de Bergman na ilha de Faro.


Em 18 de julho, Bergman fez um último relato público, de uma hora e meia, sobre sua vida pessoal e artística em um programa ao vivo da "Rádio Nacional da Suécia".


Entre outras homenagens, Bergman possui os Prêmios Erasmus (1965), Internacional de Teatro Luigi Pirandello (1971) e Goethe (1976), a Medalha de Ouro da Academia Sueca (1977), o título de comendador da Legião de Honra francesa (1985) e a Palma de Ouro por sua carreira do Festival de Cannes (1997).


É autor de suas memórias, intituladas "Lanterna Mágica" (1987), e dos livros "Imagens" (1990) e "Conversas privadas" (1996), entre outros.


Considerava a si mesmo como um homem de teatro, "é toda minha vida", enquanto o cinema era para o diretor "um trauma e uma paixão", segundo ele.


Com oito filhos, Bergman foi casado cinco vezes. A primeira com Elsie Fischer, com quem teve uma filha. Depois com Ellen Lundstrom, que lhe deu quatro filhos (entre eles uma atriz, Anna).


Sua terceira e quarta esposas foram, respectivamente, Gun Hagberg, com quem teve um filho, e a pianista finlandesa Kabi Laretei, mãe de seu filho Daniel, também diretor de cinema. Sua quinta esposa, Ingrid von Rosen, morreu em 1995.


À margem destes casamentos, Ingmar Bergman teve relacionamentos com as atrizes Harriet Andersson e Liv Ullman, com quem teve sua filha Linn, jornalista.