quarta-feira, 16 de junho de 2010

Cangaço - O Nordestern no Cinema Brasileiro



Navegando pelos confins da Internet me deparei com esse blog: Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

O Cangaço é um tema que muito aprecio, em livros e filmes, me deparei com esse interassante livro da Pesquisadora, escritora, cinéfila, Maria do Rosário Caetano, intitulado Cangaço - O Nordestern no Cinema Brasileiro.


Tirado do livro - Aprtesentação:
"O encourado com seu chapéu cravejado de metais e testeira ornada de moedas, cartucheiras atravessadas no peito, anéis cobrindo os dedos, garrucha e punhal longo de sangrar à cinta, facão de abrir caminho, embornais ou capangas bordadas, dispostas sob os braços e o indispensável apito".
Esta descrição iconográfica de um cangaceiro está no texto "Metamorfoses do Sertão", de Walnice Nogueira Galvão. A ele soma-se, neste livro, texto de inestimável valor - Cangaço - Da Vontade de se Sentir Enquadrado -- escrito por Lucila Ribeiro Bernardet (1935-1993), em parceria com o cineasta Francisco Ramalho Jr. Os dois analisam estrutura narrativa recorrente em sete exemplares do que Salvyano Cavalcanti de Paiva chamou de o nordestern brasileiro: O Cangaceiro, A Lei do Sertão, A Morte Comanda o Cangaço, Três Cabras de Lampião, O Cabeleira, Lampião Rei do Cangaço e Entre o Amor e o Cangaço.
Outro colaborador deste livro, o cineasta Ruy Guerra, relembra em crônica especial o dia em que conheceu "O Homem Que Matou Corisco". O Coronel Rufino -- matriz de Antônio das Mortes, criação de Glauber Rocha imortalizada por Maurício do Valle (nos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro) -- teve sua imagem perpetuada em fotos de Affonso Beato e no filme Memória do Cangaço, de Paulo Gil Soares.
O cineasta e pesquisador José Umberto, diretor dos filmes O Anjo Negro e A Musa do Cangaço, recompõe com riqueza de detalhes a trajetória de Lampeão (ou Lampião, o Rei do Cangaço), filme mítico que Benjamin Abrahão realizou em 1936 e que foi interditado pelo Governo Vargas. Mal sabiam os censores getulistas que os trechos salvos fertilizariam o imaginário de cineastas como Glauber Rocha, Paulo Gil Soares, Thomaz Farkas, Lírio Ferreira, Paulo Caldas, Rosemberg Cariry e do próprio José Umberto.
Marcelo Dídimo, jovem pesquisador cearense, analisa Baile Perfumado, o filme pernambucano que reconstruiu - sessenta anos depois (em 1996) -- a trajetória do mascate libanês Benjamin Abrahão, o visionário autor das fertilizadoras imagens de Lampião, Maria Bonita & Bando.
Em seu livro Sertão Mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome, Ismail Xavier realizou densa comparação entre O Cangaceiro, de Lima Barreto, e Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber. Em Cangaço - O Nordestern no Cinema Brasileiro, o pesquisador baiano Alberto Freire compara o mesmo O Cangaceiro, de Lima Barreto, maior sucesso da Vera Cruz, a seu remake, realizado em meados dos anos 90, por Aníbal Massaini.
Luiz Zanin Oricchio analisa Corisco, o paradoxal cangaceiro de Glauber Rocha, interpretado por Othon Bastos. Maurice Capovilla relembra, em entrevista, o filme O Último Dia de Lampião, produzido pela Blimp Filmes e exibido pelo Globo Repórter. Depois dele, a Rede Globo exibiu, no mesmo Globo Repórter, A Mulher no Cangaço, de Hermano Penna. Nestes dois filmes, as ex-cangaceiras Cila e Dadá atuaram como "figurinistas".
O pesquisador Luiz Felipe Miranda confirma que, desde a fase muda, o tema do cangaço fascinava cineastas brasileiros. E historia sua recorrência em filmes típicos do gênero (O Cangaceiro, A Morte Comanda o Cangaço, Três Cabras de Lampião), sem esquecer a presença, mesmo que secundária, de cangaceiros em paródias, sátiras e até pornochanchadas.

Ciclo Cangaceiro.


FASE MUDA
1925 - Filho sem Mãe – Tancredo Seabra.
1926 - Sangue de Irmão – Jota Soares.
1930 - Lampião, a Fera do Nordeste - Guilherme Gáudio.
1936 - Lampião, o Rei do Cangaço - Benjamin Abrahão.

FASE SONORA:

ANOS 50
1950 - Lampião, o Rei do Cangaço - Fouad Anderaos.
1953 - O Cangaceiro - Lima Barreto. *****
1955 - O Primo do Cangaceiro - Mário Brasini.
1955/56 - A Lei do Sertão, de Antoninho Hossri

ANOS 60
1960 - A Morte Comanda o Cangaço - Carlos Coimbra. ****
1961 - Os Três Cangaceiros - Victor Lima.
1962 - Lampião, o Rei do Cangaço - Carlos Coimbra. ****
1962 - Nordeste Sangrento - Wilson Silva.
1962 - Três Cabras de Lampião - Aurélio Teixeira.
1963 - O Cabeleira - Milton Amaral.
1963 - O Lamparina - Glauco Mirko Laurelli.
1964 - Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha.
1965 - Entre o Amor e o Cangaço - Aurélio Teixeira.
1965 - Menino de Engenho, de Walter Lima Jr
1965 - Memória do Cangaço – média-metragem de Paulo Gil Soares.
1966 - Riacho de Sangue - Fernando de Barros.
1967 - Cangaceiros de Lampião - Carlos Coimbra.
1968 - Maria Bonita, Rainha do Cangaço - Miguel Borges.
1969 - Corisco, o Diabo Loiro - Carlos Coimbra.
1969 - Deu a Louca no Cangaço - Nelson Teixeira Mendes/Fauzi Mansur.
1969 - Meu Nome é Lampião - Mozael Silveira.
1969 - O Cangaceiro Sanguinário - Osvaldo de Oliveira.
1969 - O Cangaceiro sem Deus - Osvaldo de Oliveira.
1969 - O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro - Glauber Rocha.
1969 - Quelé do Pajeú - Anselmo Duarte.
1969 – A Compadecida, George Jonas

ANOS 70
1970 - A Vingança dos Doze - Marcos Faria.
1970 - Faustão (Vida, Paixão e Morte de Faustão) – Eduardo Coutinho.
1971 - O Último Cangaceiro - Carlos Mergulhão.
1972 - Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro - William Cobbett.
1972 - O Anjo Negro – José Umberto
1974 - As Cangaceiras Eróticas - Roberto Mauro.
1974 - O Leão do Norte - Carlos Del Pino.
1975 - No Raso da Catarina – média-metragem de Hermano Penna.
1975 - O Último Dia de Lampião - Maurice Capovilla.
1976 - A Mulher no Cangaço - Hermano Penna.
1976 - A Ilha das Cangaceiras Virgens - Roberto Mauro.
1976 - Fogo Morto - Marcos Faria.
1976 - Pecado na Sacristia, de Miguel Borges
1976 - Kung-fu Contra as Bonecas - Adriano Stuart.
1977 - Pedro Bó, o Caçador de Cangaceiros - Mozael Silveira.
1978 - Os Cangaceiros do Vale da Morte - Apollo Monteiro.

ANOS 80
1980 – O Homem Que Virou Suco - João Batista de Andrade
1980 - O Cangaceiro do Diabo - Tião Valadares.
1983 - A Musa do Cangaço – média-metragem de José Umberto
1983 - O Cangaceiro Trapalhão - Daniel Filho. ****
1984 - Porta de Fogo, curta de Edgard Navarro
1987 - Os Trapalhões no Auto da Compadecida – Roberto Farias ****

ANOS 90
1993 - A Saga do Guerreiro Alumioso - Rosemberg Cariry.
1996 - Baile Perfumado - Paulo Caldas/Lírio Ferreira. ****
1996 - Corisco e Dadá - Rosemberg Cariry. **
1997 - O Cangaceiro - Aníbal Massaini. **
1999 - Milagre em Juazeiro, de Wolney Ferreira

TELEVISÃO:
1984 – Lampião e Maria Bonita (TV Globo) – Com Nelson Xavier e Tânia Alves
1985 – A Última Semana de Lampião, de Ilma Fontes – Produção da TV Educativa de Sergipe. Com Orlndo Vieira.


Esse, quando eu encontrar vai pra minha coleção.

terça-feira, 8 de junho de 2010

LAMBERTO BAVA EM DVD

Não sei se sou o primeiro a dar a noticia, mas navegando no site DVD WORLD, vi o lançamento de tês filmes do diretor italiano Lambeto Bava,por um distribuidora chamada CULT, que me parece mais uma Contibental, mas vamos conferir primeiro, são eles:

DEMONS - FILHOS DAS TREVAS - Grande clássico do cinema italiano.
Informações Técnicas:
Vídeo: Widescreen & 16x9 Letterbox
Áudio:
Italiano: Dolby Digital 2.0
Legendas:
Português
DEMONS 2 - ELES VOLTARAM - Continação esperta do filme anterior.

Informações Técnicas:
Vídeo: Widescreen & 16x9 Letterbox
Áudio:
Italiano: Dolby Digital 2.0
Legendas:
Português

DEMONS 3 - O OGRO - Que na verdade não faz parte dos filmes anteriores, esse é só um filme feito para a televisão, com muito clima e pouca violência.
Informações Técnicas:
Vídeo: Widescreen & 16x9 Letterbox
Áudio:
Italiano: Dolby Digital 2.0
Legendas:
Português

Os preções são salgados para filmes sem nenhum tipo de extras, $ 29,90 reais para cada, mas fazer o que?

Para quem quiser comprar os três filmes em um só dvd, também tem essa opção com o preço de $ 89,90

A CULT, também está lançado outros filmes como: LA BÊTE,Histoire D'o, Re-Animator entre outros.
Aqui esta o site DVD WORLD

sábado, 5 de junho de 2010

E DEU NA VEJA - GLAUBER ROCHA É DECLARADO PERSEGUIDO PELO REGIME MILITAR.


A seguir a notinha na coluna Panorama - Datas da Revista Veja.

Declarado perseguido pelo regime militar o cineasta baiano Glauber Rocha, 29 anos depois de sua morte. De fato, a ditadura implicou com filmes seus, mas não a ponto de torná-lo um perseguido. Tanto que Glauber chegou a defender o regime militar em uma carta escrita em 1974. " O general Geisel tem tudo na mão para fazer do Brasil um país forte, justo e livre. Aliás, estou seguro de que os militares são os legítimos represetantes do povo", disse então. Nessa mesma carta, ele chamou o general Golbery de Couto e Silva de "gênio da raça". A dadivosa Comissão de Anistia o julgou vítima de "censura e perseguição". A viúvas de Glauber recedberá 234 000 reaisde indenização e uma pensão de 2 000 reais. Quem paga é você, leitor. Só falta agora nos obrigarem a ver os filmes do cineasta baiano.

Revista Veja Ed.2167 - ano 43 - n 22 - 2 de Junho de 2010