sábado, 15 de setembro de 2007

KEOMA (Keoma,1976,ITA)


Quando eu era adolescente, eu assisti a esse filme e fiquei fascinado pela história e principalmente pela a desesperada música, que leva o titulo do filme, cantada por Sybil & Guy e escrita pela dupla Guido e Maurizio DeAngelis. A minha procura finalmente acabou, depois que recebi do Herax, ou seja, o Heráclito Maia, do Blog da Desforra um cd com vários temas, inclusive a trilha do Filme.

Mas vamos logo ao que interessa, vemos no começo, um cavaleiro, sendo acompanhado pela câmera magistral de Enzo G. Castelari, um mestre do cinema, na minha opinião, onde o acompanha, até uma cidade fantasma com o vento forte escurecendo as imagens, até ser abordado por uma velha mulher, aparentemente uma bruxa, que o avisa a não voltar à cidade onde nasceu, Keoma lembra do começo de sua vida, onde foi sobrevivente de um massacre quando era criança e que foi criado por Shannon, um velho pistoleiro, detalhe Keoma é um índio mestiço. E quando o velho pistoleiro levou-o para casa causa a revolta e o desprezo dos filhos legítimos do velho pistoleiro.

A bruxa grita mais uma vez que ele não vá para a cidade e aí começa, uma das mais triste canções que eu ouvi em toda a minha vida, e que eu estou escutando agora.E a câmera continua acompanhando Keoma até a chegar em um punhado de homens todos armados e carregando uma carroça-prisão, com várias pessoas, inclusive uma mulher grávida, que tenta escapar, para no fim sobrar apenas a ela, e aí Keoma aparece e mata alguns mal-feitores para ajudar uma mulher que nunca tinha vista na vida. Poema puro.

Ele segue para a sua cidade natal após a guerra apenas para descobrir que ela foi tomada por uma praga, e que um homem de nome Caldwell passou a controlá-la como bem entende, usando de violência, para dominar todos na cidade.Lá encontra um velho amigo, George( Woody Strode)que antes era o braço esquerdo de seu pai, hoje um velho bêbado e que sofre preconceitos por parte da população da cidade.

Seus meios-irmãos Butch, Sam e Linny trabalham para o Capitão e Keoma se vê sozinho contra todos eles. Keoma tenta, amenizar tudo para encontrar o seu pai adotivo e saber o que é que ele tem a fazer nesse mundo.

Mas, como sempre, as magoas do passado, voltam a conduzir a vida de Keoma, e para defender a mulher que trouxe de volta, ele tem que lutar contra os seus irmãos.

Agora ele está preso no meio de uma batalha selvagem entre inocentes colonos, bandidos sádicos e seus meio-irmãos. Tentando sobreviver até que finalmente saiba o porque de tudo isso.O por que de sua vida ser tão violenta.

Enzo Castellari é um gênio, ele usa toneladas de câmera lenta, mostrando assim uma grande homenagem a Sam Peckinpah, diretor americano, considerado o poeta da “violência”. Além de escrever o roteiro com a parceria de Nico Ducci, Luigi Montefiori, Mino Roli e diálogos não creditado de Joshua Sinclair.

Muitos temas se apresentam no filme:

# A briga entre os irmãos, o racismo, intolerância; Ódio;

# O nascimento da criança num estábulo, CRISTO???, , assim como a crucificação do herói;

# A presença da velha índia nos momentos culminantes do filme. Pura mitologia grega;

# O herói errante em busca de um desígnio que justifique sua vida também tem inspiração mitológica.

# A peste se constituiu num elemento bíblico e mitológico no filme, e a cidade parece até a mítica Sodoma e Gamorra.

E não é só Castellari quem se supera, atingindo uma qualidade incrível; a dupla de compositores Guido e Maurizio de Angelis fez uma trilha musical extraordinária, capaz de rivalizar com as melhores de Ennio Morricone. Presente no filme todo, as letras se "casam" maravilhosamente com a historia.Keoma realmente é um clássico, extraordinário.E a busca pela sua PAZ interior é a mola mestra desse filme, é exatamente o que quero nesse momento em que estou passando, na música, segundo cantor , Keoma quer encontrar a PAZ a todo custo, para ver se impede a sua violência. Ele nunca a teve e nunca vai ter, ele nunca conheceu a PAZ, devido ao ódio de seus meios-irmãos e de todos que passaram em seu caminho. Como Nero diz na cena final, "O homem que é livre nunca morre". Ele nunca encontrou a sua PAZ.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

GHOST HOUSE - A CASA DO HORROR (GhostHouse,1986,EUA/ITA)



Em uma antiga viagem a minha cidade natal, o primeiro lugar em que fui foi na minha velha locadora, para ver se o dono estava vendendo os seus vhs, a minha procura era o famigerado Night of Terrors, dirigido pelo picareta Andréa Biachi, mas não tive êxito em encontrar a fita, também pudera tinha passado sete anos longe da terrinha, mas lá estava essa preciosidade do diretor Umberto Lenzi,não pensei duas vezes e comprei, ele e outros que um dia fizeram parte da minha adolescência.Eu era feliz e não sabia.Então vamos lá, embarquei em um túnel do tempo, pra poder assistir essa preciosidade do cinema carcamano da década de 80. Bom passeio, hehehe.

Logo de primeira vemos uma velha casa em estilo vitoriano construída em uma área rural dos EUA.

Em seu interior, Sam Baker (Alain Smith) desce as escadas até o porão à procura da filha Henrietta (Kristen Fougerousse). Encontra, no caminho, um gato morto. E a menina, num canto do escuro porão, com uma tesoura ensangüentada na mão e um boneco de palhaço.

Sam fica perplexo com a crueldade da menina loira e de vestido branco e a tranca no porão. Sobe para a sala e fala rapidamente com a esposa, antes de ser assassinado por um estranho personagem, o mesmo destino tem mocinho do filme, Paul, (Greg Scott). Ele é um radioamador. E passa as suas noites conversando com garotas e rapazes de todos os EUA.

Certa madrugada, Paul está tentando sintonizar uma faixa para conversar com um amigo e pega apenas estática e sons estranhos. Repentinamente, uma desesperada mensagem de socorro entra na freqüência. O rapaz rapidamente pega um gravador e registra a mensagem, onde um homem amedrontado grita por socorro antes de silenciar; em seguida, escuta o grito de uma moça. Depois, começa a tocar uma sinistra música infantil.

Assustados com aquilo, Paul e Martha duvidam que possa ser brincadeira. Com o auxílio de um computador, o jovem radioamador consegue rastrear a freqüência de onde veio a mensagem.
E o local onde a freqüência veio é exatamente a casa do começo do filme, Paul entra na casa para procurar por alguém e encontra um equipamento de radioamador em seu interior e logo descobre que é de um rapaz chamado Jim (Martin Jay), que ao lado de seu amigo, Mark (Ron Houck) e mais duas garotas, garotas Susan (Mary Sellers) e Tina (Kate Silver), que estão acampados nas redondezas do casarão.

Quando Paul e Martha mostram a mensagem ao grupo, eles identificam a voz como sendo de Jim e o grito de Tina, mas ambos negam que tenha feito tal transmissão.

Logo, começa a acontecer barulhos esquisitos pela casa, e o grupo se separa pra investigar. Martha desce ao porão e potes de conservas incham e explodem, uma cabeça decepada gira na máquina de lavar e o fantasma da menina de branco com seu boneco, um palhaço pra lá de sinistro, aparece para assustá-la. Ela corre e é Jim quem desce para o porão, encontrando a mesma menina, desta vez com um ventilador girando, mesmo que ele não esteja ligado na tomada. O rapaz grita por socorro, e é o mesmo grito que Paul gravou na noite anterior, e uma das lâminas do ventilador se solta, cortando o seu pescoço. Outras coisas estranhas ainda acontecem na casa, e ainda surge um jardineiro maluco e tenta matar as meninas, Paul consegue deter o doido, mas o jardineiro consegue escapar.

Logo a policia chegar a casa, e deduz que Jim foi morto pelo jardineiro, dando um basta naquela coisa de assombração. Paul e Martha voltam para Boston deixando Mark, Tina e Susan para trás.Eles não conseguem sair das redondezas da casa, devido a um problema na do trailer.
Então anoitece e eles se vêem às voltas com os fantasmas da casa novamente.Em Boston, Paul decifra a mensagem da cantiga infantil que gravou pelo radioamador. E parte de novo para a casa, onde vai tentar descobrir o mistério do lugar.

O que espera de um filme feito na Itália, com atores mais inexpressivos do que uma porta?Cheios de clichês??Onde o diretor, habituado em fazer porcaria, Umberto Lenzi, assina com um pseudônimo ridículo de Humphrey Humbert???

Eu digo a resposta, PURA DIVERSÃO, foi uma viagem no tempo que eu fiz assistindo a esse filme.

O filme tem um bom ritmo, apesar dos canastrões, em especial o Paul, mas quem liga, o negócio é ver sangue!!! E isso tem de monte nesse filme.Música excelente, em particular aquela sinistra música infantil onde toca toda vez que aparece a menina e o palhaço, composta por Piero Montanari ,além é claro das bizarrices do roteiro, tipo: Cachorros fantasmas, piscina de leite corrosivo, bem me pareceu leite, entre outras coisinha que tenho que deixar você assistir para embarcar nessa doideira.

Agora lhe digo, hoje em plena era da tecnologia, os novos diretores de terror deviam aprender com os velhos filme de terror bagaceiro, pois eu não troco Ghost House por nenhuma dessa porcaria de hoje, tipo: Amaldiçoados, Crocodilo, entre outras pragas que infesta o nosso mercado. Esse sim era um legitimo exemplar de como fazer filmes de terror, a toque de caixa, com elenco medíocre e muito sangue, mas muito mesmo. Coitado dos pseudo-diretores de hoje.

Algumas curiosidades sobre o filme, cortesia do ilustre colaborador do site Boca do Inferno, Felipe M. Guerra, em seu artigo sobre esse mesmo filme,hehehe.Três curiosidades: na Itália o filme foi lançado com o título LA CASA 3, para parecer que era continuação da série "A Casa do Espanto" (que na Itália chama-se "La Casa"). E o veterano diretor de tudo quanto é gênero, Joe D'Amato, produziu o filme, mas não gostou do trabalho de Lenzi e exigiu a retirada do seu nome dos créditos. Vai entender. Mais uma: parte da trilha sonora foi "roubada" por Lenzi da trilha que Simon Boswell fez para o filme "O Pássaro Sangrento", de Michele Soavi.

Eu era feliz e não sabia!!!! Foi muito bom voltar no tempo com essa preciosidade do cinema de terror da década de 80.E não se fazem mais filme de terror como antigamente.